O triste fim do otimista Rousseau - q

Posted: quarta-feira, 9 de junho de 2010 by Crítico in
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Abrir uma discussão a respeito da desigualdade social requer uma busca por fatores históricos e político-sociais, além de correlacionar os dois elementos supracitados.

No que concerne o teor histórico da sociedade, é necessário fazer um retrocesso ao século XVIII. Momento este de divergências ideológicas. Nessa época, existiam duas correntes filosóficas: uma guiada pela razão e outra pela emoção. A primeira, que teve como influenciador Voltaire, diretamente ligada ao trabalho, ao capitalismo e as questões urbanas, causando um distanciamento das relações humanas. Esta corrente deixava de lado a parte mais sentimental do homem, e o que prevalecia era o lucro a qualquer preço. A segunda ideologia se ligava aos sentimentos, a relação do homem com o próprio ser e com a natureza. Prevalecendo o humanismo, a igualdade. Tem-se como impulsionador desta filosofia, Rousseau, pensador, também do século XVIII, que chega a propor um “Contrato Social”, no qual o amor entre o subordinador e o subordinado era a solução para que não houvesse distanciamento do ser humano mutuamente.

Concluindo a correlação entre essas ideologias, infelizmente, deve-se dizer que prevaleceu a filosofia “Volteriana”. Isso levou a uma valorização das relações capitais, o mais rico, torna-se cada vez mais rico, e o pobre, cada vez mais pobre. Fato que vai criar uma enorme ruptura sócio-cultural entre essas duas camadas sociais que se formam.

Analisando os fatores históricos da sociedade descritos ao longo desta discussão. Tem-se que a ideologia de Voltaire só fez crescer uma “bola de neve”. Ou seja, os valores empregados e aderidos às questões políticas, aumentaram ainda mais essa barreira que se forma entre a população e as relações humanas. Isto tudo se reflete na política e na sociedade dos dias atuais, pois até hoje, o capitalismo “aniquilador” separa a sociedade de forma analítica: o rico e o pobre, o branco e o negro, o heterossexual e o homossexual, e até mesmo o homem e a mulher. Os valores se divergem e os seres racionais (de uma forma não generalizada), tendem a uma vida burguesa e preconceituosa, não dando espaço ao “Contrato Social” proposto por Rousseau.

Apesar de todos os males, é possível uma solução: uma política de investimentos internos, uma melhoria na base educacional, bem como investimentos para esta. São formas de minimizar as desigualdades sociais dos dias atuais. Uma criança educada e instruída, provavelmente, não vai roubar, não vai se ligar a uma vida vadia, não vai viver de preconceitos, não vai discriminar. Uma criança educada pode vir a ser um “Contratante da Social”. Pode até parecer clichê, mas a base de uma estrutura “sócio-humanitária” é a criança bem instruída. Porém, para que os recursos “transpareçam”, necessita-se de uma base séria de investimentos, e não a maquiagem econômica que se vê toda vez que a televisão é ligada.

Rousseau, o pensador do século XVIII, enxergou uma população do século XXI. Triste, notamos que seus esforços foram em vão, pois em sua época, ele já dizia “Se as coisas não mudarem, o futuro será desastroso”.

1 comentários:

  1. muito maneroo...uahauauahua!