Ponto crítico - q
Posted: terça-feira, 27 de abril de 2010 by Crítico inDia 26/04/2010. Nesta data foi realizada a prova de Língua Portuguesa do município do Rio de Janeiro. Fui espectador de uma determinada turma (3° ano), de uma determinada escola, meu contrato não permite que eu fale a respeito, por isso, inauguro este blog em anonimato.
A questão que gostaria de levantar é o quanto a prova é mal formulada. Foram quinze questões de múltipla escolha, porém observei em três diferentes situações em que existiam pelo menos duas respostas corretas. Os alunos concluíram a prova, e a professora e eu fomos corrigí-las (Os alunos permanecem em sala enquanto o professor corrigi a prova, sem um estagiário, o professor acaba corrigindo a prova ao tempo em que controla a turma – um herói(a). Quinze questões de interpretação de texto e fiquei chocado ao ver uma aluna que ainda não sabe ler obtendo quatorze acertos. Das três uma: ela aprendeu a ler nesse curto momento de tempo (vai ver a pressão da prova causou o insight), ela colou de outra menina que também errou a mesma questão que ela ou a esta aluna chuta que é uma beleza (provavelmente, quando ninguém tiver vendo, vou pedir pra ela marcar aleatoriamente um jogo da sena pra mim). Agora eu me pergunto: de que adianta quatorze acertos se ela não leu absolutamente nada?! Enfim...
A prova se mostrou uma ilusão completa, ela só cria estatísticas para a Secretaria de Educação, esta instituição que nem a capacidade de elaborar uma prova sem questões dúbias teve. Gostaria de levantar, também, uma observação que fiz ao fim do ano de 2009, quando novamente sofri o impacto ao ver que a prova do 4° bimestre estava com 80% das questões repetidas do 3° bimestre!
Noto que não há uma preocupação se o aluno atingiu os objetivos ou não, mas sim, a possibilidade dele gerar bons números estatísticos. A desvalorização da profissão de professor é mais que visível diante dessas situações em que se encontram essas pessoas que dedicaram sua vida ao ensino...
Sempre ouvi que o professor não quer/não trabalha, quando na realidade, eu deveria ouvir alguns professores não querem/não trabalham. Pode ser que exista algum caso de profissional relapso, sou apenas uma pessoa, e trabalho como estagiário em apenas uma escola, e felizmente, não me deparei com tais “profissionais”, ainda bem...
Att,
X da questão.
Bom, eu não tenho contrato com ning, so.... Todas essas coisas já são vistas há um bom tempo, mas parece que se intensificou nos últimos tempos. Conheço prof. da rede municipal que são obrigadas, repito OBRIGADAS, a repetir notas de alunos para que eles possam passar de ano. Isso pq não precisamos chegar no ponto de que questões múltipla escolha de INTERPRETAÇÃO de texto?????? AS interpretação é de quem??? enfim... Gostei do blog! Adoro polêmicas hahahaha